No terreiro
Debaixo de um sol vibrante
Capota de mamona desabrochando
Um estalo, dois estalos, caroços reluzentes
Restos da plantação
Catado a beira da estrada
A jóia agora delapidada
Já é hora de ajuntar
Vem mulher, vem menino
Pisar o mamoneiro
Não há sol, nem poeira
Que a teima pode quebrar
É um resto de esperança
Mais ano pra suportar
Vem mulher, vem menino
A mamona assoprar
Amanhã é dia de feira
Vender pra poder comprar
Farinha, rapadura, feijão
Se der, mais outra coisa
Vem mulher, vem menino
Toda a mamona catar
Tirar pedra, tira barro
O dono da venda é brabo
Posso morrer de fome
Não sei enganar
No terreiro
Debaixo do luar do sertão
Mamona pronta pra fazer sabão
Conversa sob a luz do candeeiro
Sonha mulher, sonha menino
A esperança de melhores invernos.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
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